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domingo, 22 de maio de 2016

Conhecendo o Museu de Calatrava






































Olá, amigos!

Em março de 2016, visitamos o Rio de Janeiro, onde tivemos a oportunidade de conhecer o incrível Museu do Amanhã, projeto do arquiteto Santiago Calatrava.


Essa será uma análise feita a partir do ponto de vista de um visitante. Mais adiante pretendemos escrever postagens com uma análise arquitetônica mais profunda, levando em consideração implantações, plantas e cortes do Museu do Amanhã. O foco por agora é o testemunho da sensação e das impressões de estar em um edifício de importância global, tanto pela fama do arquiteto, quanto pelo partido adotado, bem como o tema central do museu: a sustentabilidade, o mundo que deixaremos para as futuras gerações. É importante para todo estudante e arquiteto dedicar um momento para viajar e conhecer de perto a arquitetura que aprendemos na faculdade, não se contentar apenas em conhecer a arquitetura por meio de fotos, desenhos e análises em revistas e livros. A arquitetura causa sensações que em fotos e documentários é impossível de se conseguir.


A inauguração do Museu do Amanhã aconteceu em dezembro de 2015. Fazendo parte de um novo complexo arquitetônico em conjunto com a Praça Mauá e o Museu de Arte do Rio, à beira da Baía de Guanabara.

Para chegar ao local, pegamos um táxi, vindos de Copacabana. O taxista, comentando sobre alguns pontos importantes da cidade, ao longo do trajeto, contou que anteriormente, no local onde está o museu e a praça, passava uma importante autoestrada, que foi demolida para a execução da obra. No Google Earth ainda é possível visualizar em 3D a via expressa elevada, e as obras em seu entorno. A remoção de uma estrada é um processo de grande impacto na vida da cidade. Já estudamos o caso do Cheong Gye Cheon, em Seul, onde uma grande autoestrada elevada foi demolida para resgatar o arroio que corta o coração da cidade, numa tentativa de tornar a cidade mais verde e resgatar a importância histórica do córrego. A obra proporcionou uma grande melhora na qualidade de vida dos sul coreanos. Mesmo com todos os benefícios, ela teve seu ônus. Alguns comerciantes e moradores saíram prejudicados por precisarem ser deslocados para outras regiões. No final, Seul saiu bem sucedida no empreendimento e é um exemplo de engajamento e planejamento e se tornou uma referência positiva em urbanismo. A cidade do Rio de Janeiro enfrentará um período de transtorno no seu tráfego diário mas, se depender da experiência na Coréia do Sul, poderá colher muitos benefícios no futuro.



No 4º semestre da faculdade de arquitetura e urbanismo da Unisinos projetamos um Memorial para o Rio dos Sinos no terreno da Praça do Imigrantes, em São Leopoldo, e, também, o Museu de Arte Contemporânea, em um terreno próximo, também localizado próximo ao Rio dos Sinos. Ao chegar no lugar do museu encontramos dois projetos com esses mesmos temas, o que tornou a visita muito mais interessante. São contextos um pouco parecidos, por explorar a proximidade da cidade com as águas, e uma oportunidade única para conhecer referências sem estudá-las em livros, palestras e vídeos.


A Praça Mauá, revitalizada, recebeu uma paginação de piso que obedece um pouco ao traçado da antiga estrada. Chama a atenção os bancos de concreto, com um longo balanço e um desenho de ângulos agudos que lembram um pouco as projeções da estrutura do Museu do Amanhã, além das áreas verdes serem dispostas em quadrados de grama, num desenho xadrez, em determinadas áreas do terreno. Próximo ao monumento passará uma linha de bonde que vai cruzar toda a cidade. 

Subindo ao último pavimento da ampliação do Museu de Arte do Rio, onde existe um restaurante e a laje ondulada, é possível ter uma perspectiva geral da praça e do Museu do Amanhã.





O projeto do arquiteto Santiago Calatrava apresenta em sua fachada uma estrutura metálica imponente projetada tanto em direção à praça, recebendo os visitantes, quanto em direção à lagoa. Possui uma forma que remete a uma aerodinâmica, como se uma grande nave alienígena estivesse estacionada em uma plataforma de pouso à beira da água. Caminhando pelas laterais do edifício essa sensação de imponência e aerodinâmica aumenta.








O partido arquitetônico é linear. A estrutura se abre em alguns momentos como que formando pequenas asas ou nadadeiras. É como se o edifício realmente estivesse prestes a partir.


O hall de entrada é completamente iluminado por uma abertura circular, como uma rosácea. A paisagem urbana parece penetrar no interior do museu. As aberturas laterais revelam as águas da baía. É um contexto invejável. O ambiente com grande pé direito é monumental. As escadarias, rampas, mezaninos e guarda-corpos com desenhos suaves formam uma simetria em torno da maquete interativa do globo terrestre flutuando no teto. A arquitetura de Calatrava é realmente impressionante!





Toda a planta do edifício é simétrica ao longo do eixo principal: duas escadarias, duas rampas, dois mezaninos, dois corredores laterais com visuais para as águas do Rio de Janeiro. O edifício se assemelha a um palácio!



No pavimento térreo, além do hall, estão guarda volumes e o café, de um lado, e a loja do museu, de outro, além de um ambiente para pequenas mostras e oficinas. A parede curva com o logotipo do museu contorna o auditório. Na frente da entrada do auditório há uma sala para as exposições temporárias do museu. Na ocasião da nossa vista estava acontecendo um evento empresarial no auditório e no restaurante no final do museu. A sala das exposições temporárias estavam fechadas e cobertas, provavelmente para troca de exposições. Sendo assim, nosso acesso era restrito ao grande hall e partes de corredores do pavimento térreo...


A simetria continua no pavimento superior. A partir dos mezaninos pode-se contemplar todo o hall de entrada. Em um dos mezaninos está um ambiente de educação infantil e no outro um estar. Ambos acabam em corredores lineares, onde se pode contemplar a paisagem externa, maquetes do museu e painéis instrutivos sobre o planeta.









No eixo central está a exposição principal e permanente do Museu do Amanhã, composta por ambientes temáticos, tecnológicos e educativos. Como estudante de arquitetura, estava extasiado por tudo o que via. Contemplava todos os detalhes do edifício. O tema do museu é a sustentabilidade do planeta, é um lugar para educar as pessoas, para pensar em que tipo de mundo será deixado para as futuras gerações. É o motivo pelo qual havia decidido começar a faculdade de arquitetura. Nesse aspecto, o que mais impressionou nessa primeira visita foi um ambiente formado por gigantescos totens de LED que criam um ambiente circular no coração do museu. São projetados dados estatísticos com cenas impressionantes de metrópoles superpopulosas, fumaças negras nas chaminés de indústrias, queimadas, desertos, etc. e questionamentos em português, inglês e espanhol. Esse ambiente causa um medo, um assombro, como se a verdade que ignoramos todos os dias nos rodeasse e implorasse para que mudássemos. Para que façamos algo. Que ainda podemos salvar o mundo. Mesmo que o tempo esteja acabando...






















Ao final de todos os ambientes temáticos, o visitante se encontra com a paisagem do espelho d’água, da Baía de Guanabara e do viaduto Costa e Silva por meio uma abertura envidraçada na extremidade do edifício.




O Museu do Amanhã é claramente um monumento para a cidade do Rio de Janeiro, uma metrópole global que já atrai turistas do mundo inteiro e que nas últimas décadas tem sido palco de encontros e conferências sobre sustentabilidade, como a Rio 92, a Rio +10 e a Rio +20. Como turista e estudante de arquitetura, conhecer um edifício desses foi uma experiência sem igual.A cidade ganha um local para debater a ecologia global, onde os cariocas podem visitar e pesquisar, estudar e educar seus filhos, criando uma consciência ecológica. O museu expõe conhecimento demais para uma única visita. Estudar cada painel, assistir cada documentário, exige mais visitas. É um lugar de conhecimento e deve ser consultado regularmente.



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