Olá, pessoal!
O projeto desse post foi desenvolvido na disciplina de Atelier de Projeto III, na Unisinos, em 2013. Aqui veremos uma releitura desse trabalho (o último do curso com a obrigatoriedade de ser desenhado à mão) através de perspectivas desenvolvidas no 3dmax e da visualização interativa proporcionada pelo site sketchfab.com.
A cada semestre, a disciplina de Atelier de Projeto trabalha uma temática própria e os professores ensinam novas ferramentas e aprofundam as formas de análise do contexto da obra. Atelier III é voltado para o mundo digital, onde são desenvolvidos o projeto de uma escola de informática e um centro de inclusão digital. Vocês podem conferir o projeto do centro de inclusão digital e sua releitura na forma de vídeo clicando nos links abaixo:
Centro de Inclusão Digital
Centro de Inclusão Digital - Vídeo de Arquitetura
Em relação ao Atelier II, o Atelier III incluiu a análise do Plano Diretor, do Código de Obras e da NBR 9050 nos estudos preliminares. A partir de então, esse material é cobrado a cada novo atelier de projeto da faculdade. A estrutura também passa a ser mais cobrada e aprendemos a trabalhar com laje pré-moldada, laje nervurada e parede drywall
Esse projeto da escola de informática não consegui entregar... Foi um período bem complicado. O que havia do projeto estava desenhado em AutoCAD com muitos erros. Afinal estava aprendendo a trabalhar nos programas até então. A intenção era imprimir e desenhar as plantas, cortes e fachadas em papel manteiga. Na época os professores recomendavam essa prática. Era possível projetar tudo no computador, mas a entrega final seria à mão. Sem conseguir desenhar o projeto e, por consequência, sem entregá-lo, fiquei sem a nota mas mantive todos os arquivos digitais.
Todo o projeto tem algo a ensinar não importa a nota que ele mereceu. Uma nota 7 pode ensinar muito mais que uma nota 10 quando se busca aprender com aquilo que saiu errado. Um projeto nota 2,5 (pela falta da entrega) também ensina uma lição. Refletir sobre as decisões ruins també foi o objetivo dessa releitura.
Ao projetar buscou-se respeitar as normas regulamentadoras já citadas. Isso fica evidente observando-se os recuos na fachada, nas laterais, no pátio dos fundos e no acesso com a rampa no recuo para que as portas pudessem abrir paras fora. Nesse primeiro contato com a legislação a impressão era de que o processo compositivo estava engessado. O terreno de centro parecia não oferecer muitas possibilidades. Outra dificuldade foi que, ao mesmo tempo, precisava-se desenvolver o projeto com uma proposta conceitual, o que era novidade na faculdade até então.
Agora, três anos depois, e com mais tranquilidade, essas limitações não parecem mais tão problemáticas. Ao invés de iniciar a abordagem do edifício como um volume independente da quadra o melhor caminho poderia ser trabalhar o conceito na composição da fachada para a rua, a única visual que as pessoas teriam do projeto. Além disso, um jardim interno único e central poderia prover a luz e ventilação de melhor qualidade e ainda dentro da legislação.
Analisando o projeto pode-se ver portas colocadas em áreas inapropriadas, o telhado mal desenhado e a viga da escada que se desencontra com a parede dos sanitários. Mesmo tentado a corrigir, julguei melhor manter esses erros aparente, como uma forma de aprender e não voltar a cometê-los. Assim todos os desenhos desenvolvidos na época foram apenas humanizados de forma a tornar o projeto visualmente interessante.
No pavimento térreo está o setor público, com a recepção no acesso e o café protegido por um muro e com acesso restrito somente aos alunos. O setor administrativo ocupa toda a porção central do edifício. O setor de serviço conta com um pátio reservado nos fundos do terreno. Já no pavimento superior está o setor de ensino composto por quatro salas de aulas.
O conceito do projeto, na época, foi abandonado. O único resquício que sobrou depois de muita preocupação foi a fachada de pele de vidro voltada para o oeste. Para evitar a intensa insolação foram implantadas árvores altas para servir como protetor solar. Isso também criaria uma paisagem particular á medida que a vista para a rua de intenso movimento de veículos e pedestres ficaria oculta pelo muro frontal.
Na releitura, o interior do edifício foi bastante explorado. Buscou-se uma temática industrial por meio do uso de luminárias pendentes e calhas de fiação externas percorrendo todo o prédio. O verde das árvores do conceito de 2013 foi retomado na paleta de cores, buscando se aproximar de tons naturais. A ideia de informática remete ao futuro. Grandes indústrias exploram os recursos do planeta colocando em risco a qualidade de vida das próximas gerações. Ao abordar um conceito industrial trabalhando cores e texturas da natureza questiona-se o papel que os futuros alunos e professores terão de desempenhar para construir um mundo sustentável.
Para fechar a proposta, optou-se por criar um logotipo e um nome para a escola: Futureal. Esse é o nome de uma música do Iron Maiden (uma forma de motivação, já que um trabalho acadêmico com tantos erros não estava empolgando) que aborda o futuro e a realidade virtual. A letra da música ilustra a parede da sala dos professores no que seria um mural com a filosofia da empresa. O logotipo, além do nome, possui o desenho de um buraco negro, tal qual foi apresentado no filme Interestelar (mais uma forma de motivação para continuar essa releitura).
O resultado de todo esse trabalho pode ser conferido nas imagens e plantas humanizadas.
Por fim, a sala dos professores, o ambiente que melhor resume essa releitura, foi modelada e exportada para o sketchfab.com. Esse site é incrível para a apresentação de projetos, com modelos que encantam pela textura, iluminação e navegação. Com o uso de um óculos VR, a experiência com essa cena será ainda melhor!
Abraço!
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